A modernidade ainda existe?!??!?!
Depois do mundo ter conhecido o poder destrutivo do homem na segunda guerra mundial, o pensamento ocidental começou a ser rodeado de uma visão apocalíptica do futuro da humanidade. Autores começaram a especular sobre o fim da história (o livro do Fukuyama é uma grande referência sobre o assunto). Surgiam as teorias pós-modernas, que foi aderida por intelectuais e artistas. A teoria evoca o fim da modernidade, afirma-se a superação das contradições não tão evidentes do mundo burguês-capitalista. Porém, o cotidiano da primeira década do século XXI aponta mais para um acirramento das contradições modernas. Nossa sociedade ainda mantém, com muito mais força do que anteriormente, um confronto entre o pecado e o puritanismo sexual, as contradições sociais também se acirram, as disputas nacionais caminham para um endurecimento que parece ser impossível deter.
Nos anos 1960 quando em varias áreas das artes alcançam forte apelo político e/ou revolucionam sua própria estética, demonstravam o declínio da arte burguesa. Assim como o socialismo que ainda existia como alternativa de estado para uma sociedade não-moderna, com contradições diferentes da liberal. Nas artes, filmes como do Grupo Dziga Vertov, comandado por Godar e auxiliado por Gorin, além do cinema novo do Glauber Rocha, o delírio fantástico de Fellini (Julieta dos Espíritos é, em minha modesta opinião, o filme mais belo de todos). As artes plásticas partem para experimentações maiores, aparecem artistas que saem do limite da moldura, avançam em obras que usam as mais variadas técnicas, usam mais volumes em suas obras. Saem totalmente dos padrões modernos da forma das obras, criando imagens que geralmente mostram coisas inanimadas, porém estas obras enfocam mais sentimentos visuais que superam a sensibilidade da estética que já havia desde as vanguardas do entre guerras, mas foram além no período do pos-2ª Guerra. Na música o período pós-moderno não superou o conceito de suas formas, apenas se consolidou o rock como o mais importante representante da música popular mundial (ocidental pelo menos). Apenas no nosso período o rock será superado (post-rock).
Dessa forma, como se pode dizer que estamos vivendo a pós-modernidade, se o mundo comunista caiu, o cinema revolucionário inexiste, nenhum fato marca a queda do liberalismo em qualquer país, ainda existe a idéia da soberania nacional, da democracia representativa em toda a sociedade ocidental, por tanto o mundo ocidental vive apenas uma continuação da modernidade ainda não podemos anunciar este fim, se todas as contradições modernas existem, obviamente em níveis diferentes do que antigamente.
Pensar o fim da modernidade ou sua superação hegemônica, em princípio o fim dos estados-nacionais com democracia representativa, este deveria ser o rumo da dita esquerda política e para os ditos intelectuais marxistas. Enquanto insistirem com reivindicações estáticas contra um oposto que tem um poder de adaptação muito forte, este discurso ficará ainda mais vazio que as ideologias concorrentes. A esse respeito tento sempre lembrar que o maior pensamento original de Marx sobre a concepção do homem foi vê-lo com sua existência ligada à elaboração do novo. É uma ótima crítica ao seu próprio pensamento, as pessoas devem pegar sua obra e pensar algo novo, criticar uma nova face do capitalismo, não apenas seguir fielmente como religiosos as suas concepções de necessidades de mudança da sociedade. É praticamente impensável que o proletariado operário moderno, que está totalmente aburguesado, faça uma revolução como Marx viu em sua época. No século XIX poderíamos ver uma revolução como essa, hoje podemos ver rachaduras na concepção das nações democráticas. Por isso o argumento dos críticos de Marx de que suas previsões deram errados, se desconstroem com esse pensamento se o homem se cria ao novo na concepção marxista do homem, então ele provavelmente estava lutando pela brecha que ele via no capitalismo, a contradição principal do trabalho que é a exploração do trabalho, do enriquecimento sobre o trabalho humano, na expurgação do trabalho transformando-o de essencial pra existência para vital à sobrevivência. Para Marx esta era a contradição que acabaria com o sistema perverso do mundo burguês. Com certeza ele não pensava que se socialismo não vencesse sua batalha, o mundo se tornaria obrigatoriamente comunista. Como muitos críticos do marxismo pregam com grande vivacidade.